27.4.13

Capítulo 1


                    Sementes da Alvorada

voltando dias antes do acontecido,   eu estava chegando a aldeia, pois acabara de voltar da minha viagem a aldeia dos Mortis que ficava do outro lado da Colina Azul trazendo mantimentos   e  ferramentas para o conserto do telhado – finalmente ia consertar o estrago que aquele maldito  pinheiro fez . -  , junto de mim vinha  Lone Evans e  o “comediante”  Irvin Sanders – o maldito era insuportável com suas piadas e ficara a viagem toda importunando-nos com suas histórias de sua “exímia” arquearia. -   e também o  escandaloso cão  de  Lone, Verní.  Estávamos há mais ou menos  um quilômetro  longe de nossa vila e a estrada ainda estava coberta de lama e barrenta das últimas chuvas – que nessa época eram constantes. – e a carroça prosseguia  com dificuldade  e por Deus, eu não aguentava mais o seu balancear, sem contar o riso de Irvin sanders que entrava na minha cabeça  como uma  vespa de Volsmar. Apesar de tudo Irvin e  Lone eram bons amigos, estiveram comigo desde a adolescência  e eu sabia que estariam sempre que  precisasse.  
A carroça parou de repente e os cavalos relincharam ,  Irvin  calou-se e me olhou com ar de  desconfiança. 
- Ora Ben , esses cavalos fazem o que querem graças a mordomia que você os da! – me acusou como se eu fosse o culpado. – Ben Strider o “grande” adestrador de cavalos. – Irvin me chamava assim sempre que os cavalos desobedeciam-no. – Vou ver o que se passa com esses pangarés.
Irvin desceu da carroça e  Lone ria  de sua cara.
- Ora ora... Irvin o piadista sendo piada de cavalo. – Lone zombava de Irvin e eu  ajudava nas risadas. -  dê um jeito nisso e vamos embora Irvin.
Irvin  olhara na estrada e não havia nada, os cavalos só estavam assustados, em seguida  Verní começou a latir  desesperadamente,  seus olhos fitavam algo  em meio a um monte de folhas secas  que haviam caído das árvores da beira da estrada e ali ficaram . Verní saltou da carroça   como um cervo  fugindo de um lobo. O cão de Lone  correu  até  as  folhas secas e  enfiou o focinho ao meio como se estivesse procurando algo que deixara ali em outrora.  Lone chamava Verní de volta para a carroça mas  o cão não dava atenção  alguma ao seu dono.  Lone resolveu descer da carroça e ir até o monte de folhas para   dar uma olhada no que Verní tanto fuçava. Lone agachou-se perto das folhas secas . Assim que o fez Verní saltou para trás  assustado e deu um grito de dor, Caaiinnn.  Todos nós nos assustamos  naquele momento, pensamos que poderia ser um porco-espinho da névoa ou talvez fosse uma serpente-vanírica . Ouvi o tinir da espada de Irvin, ele a desembainhara, pronto para dar um golpe certeiro.  Lone também desembanhou sua espada  e com sua lâmina enferrujada ele cutucou com cuidado o monte e afastou as folhas com o devido cuidado, não queria ser picado por uma serpente-vanírica – as serpentes-vaníricas possuem um veneno que causa uma dor insuportavél  em suas vítimas, não é mortal, mas desagradavél . –  até que Lone sentiu sua espada encostar em algo. era o som de  dois metais se encostando, Lone afastou as folhas e pegou uma lasca de aço  um pouco menor que uma maçã. O aço era tão gelado  que queimou os dedos de  Lone em menos de  dois segundos que o segurara. 
Eu já havia descido da carroça  e estava ao lado de Irvin. 
- Que espécie de aço é esse? – Lone perguntou a sí mesmo -  É  tão frio quanto o gelo, e   tão ardente quanto o fogo.
- O que achou aí Lone? Deixe-me ver isso aí. – perguntou Irvin com seu jeito impaciente.
- É um pedaço de aço Irvin, um estranho pedaço de aço. Vej...  Não toque seu tolo! Isso vai queimar sua mão! 
Irvin  olhou para Lone sem entender nada.
- Do que diabos está falando Lone?
- Estou  falando desse pedaço de aço, que na verdade mais parece um pedaço de gelo incandescente.  De onde será que veio isso?... acho melhor levar para o  velho Ancião da aldeia.
-  Dê-me aqui Lone. – embrulhei o  aço num pedaço de pano  rasgado  e guardei no bolso de dentro da minha túnica -  melhor  irmos andando, não quero pegar outro dilúvio  nas costas.
Todos subimos na carroça  e seguimos a estrada  de lama  entre os pinheiros marcias que levava até nossa aldeia. A  aldeia era um lugar tranquilo, não havia muitos  aldeões.  Onze casebres  povoavam o escampado de sapézal. Do alto da estrada podia-se  ver  a fumaça que emergia  das fogueiras onde  os caçadores costumavam  estender  suas caças em enormes varais  para que fossem defumadas.   Cada família era responsável por  uma tarefa na vila.
Os Connies eram a família de pescadores da vila,  os Gibarans eram os caçadores mais habilidosos da vila, os Van Lars  possuíam os melhores lanceiros. Os Van Lars  tinham a tarefa de vigiar os limites da floresta.  E eu... bem, eu  sou  nada mais, nada menos,  que um  Strider.
Nós os Striders eramos os  fazendeiros da fazenda, plantavamos e colhiamos  tudo que era consumido na  aldeia. A cerveja, o vinho, as abóboras, os pêssegos   e até mesmo o hidromel era feito por nós. Meu avô Brailin era  o único que ainda   preservava o método antigo da fabricação de hidromel, ele o chamava de Néctar da Aurora. 
Na aldeia  as quatro famílias se  completavam e de certa forma faziam com que fluísse uma certa harmonia por toda a vila que era evidênciada  pelas festas da colheita. 
Além dos onze casebres, havia a minha cabana, que ficava mais afastada, logo após o moinho  de vento da aldeia. Eu gostava de morar sozinho, era uma cabana simples, mas muito aconchegante, passava meus dias alí  junto a lareira quando não estava cuidando dos cavalos ou ajudando meu avô a preparar  o seu hidromel. 
- Ha! Finalmente chegamos a aldeia, meu traseiro já estava ficando dormente Lone! – Irvin  estava feliz em estar em casa . –
A carroça trepidava  pela descida de pedras e Lone conduzia os cavalos  com cuidado. As crianças da aldeia rodearam a carroça com risadas e  pulos, elas sabiam que  trazíamos   provisões e materiais que  trocamos na  aldeia dos Mortis, talvez esperassem  que trouxéssemos brinquedos  ou algo do tipo. 
Ao  pararmos a carroça   Ilys Gibaran   veio até nós com  seu arco  e sua aljava nas costas  num passo apressado e um rosto de frustração.
-  Onde estão minhas flechas   bando de  inúteis?
- Se somos inúteis por que nos manda sempre pra fazer a troca? – Lone retrucou –
- Eu mando  quem eu quiser e quando quiser. Fui encarregado disso. Agora passe me logo as flechas!
- Faça bom proveito Ilys ... barba de bode -  Lone sussurou  cassoando. –
- O que disse moleque? 
- Nada, deve ser o vento  cantando nos cumes.  Irvin riu e se calou  assim que o olhar de Ilys o cruzou.
Todos ajudavam a descarregar a carroça, nela havia tudo que não podiamos produzir,  rastelos , machados , túnicas , mantos, tijolos de barro, fumo, temperos diversos, ervas medicinais e muito mais.   
A chuva começou a cair sobre nossas cabeças e as ultimas caixas de provisões eram descarregadas,  a chuva era gelada e  espantou todos para dentro de seus casébres, uns se abrigavam da chuva enquanto outros recolhiam os rebanhos de cabras. Eu  seguia para a minha cabana após descarregar as últimas caixas  quando ouvi um chamado.
- Ben! – era   Taryn,  o filho mais velho de  Allastyr   e irmão de  Dianne -   o velho quer  ve-lo  essa noite. Vá à cabana central.
- Sim senhor – respondi  imediatamente sem rodeios -   estou in...
- Não agora seu estúpido, pelo amor dos Deuses, tome um banho, você está  cheirando  a  cachorro molhado.
- Sim senhor. –  Taryn  era alto  e possuía  longos cabelos  dourados, e sua barba era respeitável,grande  com pontas levemente alaranjadas ,era o melhor guerreiro da família Van  Lars, sua lança  carregava   a insígnia Van Lars,  uma águia  negra com três flechas no bico e uma serpente  sendo levada como prêsa em suas garras. Uma cicatriz cruzava o rosto de Taryn, para ele talvez   fosse um troféu, mas para a maioria era amedrontador.
- E não se atrase, o velho não gosta de esperar. – ressaltou Taryn – traga uma garrafa de hidromel o velho certamente vai gostar.
Eu segui meu caminho por trás do moinho  para minha cabana,   a chuva  estava realmente gelada naquele fim de tarde,  o moinho  girava lentamento devido  ao vento que vinha das montanhas.  Seguia a estradinha de lama  e logo  avistei minha  pequena e encharcada cabana, com seu telhado  leste  estraçalhado pelo  pinheiro que já havia retirado.   Dentro da cabana   a primeira atitute que tomei, foi a mais sábia que podia ter tomado naquele dia, urinei no meu penico e aliviei a aflição que  me atormentara desde que tínhamos começado a descarregar aquela carroça.  Mais tarde após o banho, vestia  minha túnica e   fiquei imaginando o que o velho queria comigo, Afinal de contas, eu não era de grande importância . O velho , todos o chamavam assim, pelas costas é claro,  ele era na verdade o ancião da  aldeia, era ele quem  aconselhava os patriarcas das famílias  e os jovens que cresciam na aldeia  que não demonstravam nenhuma habilidade com  a rotina da aldeia.  As vezes havia reuniões  com  toda aldeia,  onde o velho contava histórias  e dava sermões sobre como nos portar ou  como agir de forma a não desrespeitar os Deuses. Alguns acreditam que o velho  podia conversar com alguns Deuses,  outros acreditam que ele podia prever o futuro da aldeia, e  outros, como eu,  só acreditam que ele não passa de um velho mesmo. 
Mas  nesse dia eu havia ficado incomodado com o convite do velho, que mais soara como  uma ordem. Eu havia falado com o velho  algumas vezes, geralmente era sobre a colheita, outras vezes  ele insistia que  já estava na hora  de eu tomar uma esposa, o que eu adoraria, contanto que fosse com  Dianne, mas nunca mencionei nada sobre ela. 
A  chuva  estava parando enquanto eu vestia minha túnica, parou assim que vesti minhas botas e  já estava pronto para ir,depois, de um pedaço de pão e um  copo de vinho é claro.
No caminho até a   cabana do velho   encontrei   Lone no caminho, estava entusiasmado, segurava  uma espada, nunca tinha a visto.
- Gostou da minha nova espada Ben? – Lone me perguntou com um sorriso  - Meu pai acabou de fazer a têmpera  no  óleo de baleia que trouxemos. Ei, porque  não abrimos essa garrafa de hidromel para comemorarmos.
- Muito esperto Lone, mas você sabe que ela é para o velho.
- Ah sim, é verdade, o que acha que o velho quer com você?
- Não sei Lone, provavelmente algo sobre a troca mercante que fizemos, ou  talvez algo  sobre a aldeia dos Morthis.
- Mas , e então, o que achou da minha espada? -  Lone levantou  a espada, era reluzente e havia um baixo relevo no meio da lâmina, era uma espada muito bonita, o pai de Lone era um ótimo ferreiro, geralmente fazia ótimas espadas, outras vezes podia se ouvir discussões entre ele e  os lanceiros Van Lars reclamando de suas lanças curvas ou  seus punhais. Mas  geralmente seu trabalho era  admirado por todos da aldeia. –
- É uma bela espada Lone, mas  de que adianta ter uma espada  se nunca as usa em nenhuma batalha? -  Lone olhou pra mim com aquele olhar de desprezo, Lone podia não ter lutado  nenhuma batalha, mas ele era o melhor espadachim que eu já havia visto. - Calma Lone não precisa se zangar.
- Não estou zangado Ben,  as piadas vindas de um plantador de batatas não me incomodam  HA!.
Lone e eu prosseguíamos para a cabana do velho quando escutamos  um urrar esbravecido. Ao olharmos para trás lá estava ele , o encrenqueiro,   Illys  Gibaran. 
- Acha que pode desperdiçar meu ouro como se fosse estrume de cavalo seu moleque! -  Illys  urrava com sua voz rouca e vinha em direção a  Lone com a espada em mãos - .
Illys  levantou a espada acima de sua cabeça e deu o primeiro golpe, tão feroz quanto  seu rosto, mas  Lone rapidamente  ergueu sua espada   defendendo  o golpe.  Fagulhas esvoaçaram quando as espadas se tocaram, e logo outro golpe era desferido sem  piedade  e Lone  recuava e recuava a cada golpe. Eu  também havia recuado e não me atrevia   a meter a cara   na briga, o máximo que iria conseguir  provavelmente era ser desmembrado pela espada de Illys.  Lone  recuou até onde conseguiu   e enquanto as duas espadas se entrelaçavam em faíscas  vermelhas  na escuridão  ele desferiu um chute  na perna esquerda de Illys  e  rodopiu  pelo canto direito de  Illys   em uma esquiva  digna de um cavaleiro. Quando  se menos esperava Lone já estava em posição de batalha novamente com sua espada  pronta para  o próximo golpe.  Illys  virou bruscamente  rodopiando a espada,  as pessoas já começavam a sair dos casébres para ver o que acontecia, crianças  gritavam  com as mãos para cima como se fosse um espetáculo.  Lone parecia dançar com a espada na mão, se esquivava com facilidade e   cada golpe   de espada que defendia  logo se  transformava no seu golpe  de contra-ataque. 
- Moleque acha que pode me enganar assim, meu ouro é sofrido e agora tenho flechas que não servem para matar  nem esquilos! -  Illys reclamava sobre as flechas que Lone havia trazido da aldeia dos Morthis, Lone nada entendia de flechas, apenas as comprava quando lhe era pedido. -.
- Não fui eu quem as fabriquei bode velho, devia  meter essa espada  no mercador que me vendeu! Você não teria mercadoria ruim se você mesmo tivesse ido buscar, agora saia da minha frente antes que eu decida deixar de pegar leve com você.
Era mais do que claro que Lone não estava nem se esforçando para lutar com Illys, tudo que eu tinha que fazer era sentar  e assistir o espetáculo  com a garrafa de hidromel na mão.
Illys enfurecido  pela humilhação de estar sendo derrotado  por um jovem de  dezenove anos , ergueu sua espada   e  partiu para cima de Lone novamente, foi quando ouvimos o som  estremecedor  de uma voz  distante, a voz que  regia a aldeia.
- Parem com essa balbúrdia! não somos um bando de selvagens , querem resolver suas intrigas,  que façam isso bem longe de nossa aldeia. - o Velho  disse com sua voz firme ,  estava apoiado em sua espada velha  usando-a como bengala , em sua outra mão havia seu cachimbo   tão grande quanto sua enorme e espessa barba branca. 
Lone e Illys logo embainharam suas espadas  e abaixaram a cabeça para o Velho.
- Illys, volte para cabana de sua família, que eu saiba  você tem  uma caçada para preparar.
- Sim meu senhor.  - Illys  deu meia volta e lançou um olhar  para  Lone que provavelmente era uma mensagem de que aquilo não havia acabado alí.
- E Lone, terá de se explicar comigo, mas, depois, agora  preciso falar com Ben. Vá para a casa  e esteja aqui amanhã. Ora ora, um  ancião não tem mais sossego nos dias de hoje.
O Velho acenou com a mão chamando-me para dentro de sua cabana.
Dentro da cabana   sentei me perto da fogueira  que havia no meio,  uma panela estava  borbulhando com algo que parecia ser um ensopado. O Velho sentou-se na sua grande cadeira, com várias  lãs  de ovelha  cobrindo a cadeira. Ele se sentou  calmamente  apoiando -se sobre sua espada,  uma bela espada com detalhes dourados e  serpentes esculpidas,  seguidas  por uma bela gema vermelha, um rubi talvez, mas não era muito útil como espada mais,  a espada que antes havia sido usada nas batalhas dos antigos agora era uma simples bengala de um velho  conselheiro de uma aldeia qualquer.
- Ben, você  tem sido um bom rapaz  desde que seus pais morreram, tem feito um bom trabalho com seu avô ajudando  ele na fazenda. Falando em seu avô, por favor abra logo essa garrafa de hidromel, oh céus, estou com tanta sede que parece que não bebo nada há dias, talvez seja a velhice me dizendo que já  é hora de partir.
- Não diga isso Ancião, o senhor ainda há de viver muito!
- Oh, por favor Ben, não me chame assim, não passo de um velho que tem sonhos esquisitos durante as noites e os interpreta como me provém. Chame-me de  Arbenor como de costume.
- Sim, meu senhor.
Eu abri a garrafa para o Velho  e   servi o hidromel a ele, achei muito estranho o Velho me dizer para chamá-lo de  Arbenor, pois na verdade ele nunca me dissera para chamá-lo assim vez alguma. Ele bebia o hidromel  afobadamente, realmente parecia estar sedento por algo que molhasse sua boca.
- Ben, meu jovem. Eu sei que a aldeia parece ser um lugar calmo para se viver, todos nós temos nossas tarefas e parece ser claro que todos estão felizes e contentes com suas famílias. Mas você Ben, você não está feliz.
- Mas Ancião , é claro que estou feliz.
- Ora Ben, não me chame assim. Arbenor é o meu nome. Ben você  sabe mais do que qualquer um que possa te dizer isso, sabe mais do que um velho como eu que você não nasceu  para essa vida de aldeão.
- Senhor,  eu estou feliz, não compreendo o que quer dizer, foi algo que fiz durante a troca na aldeia dos  Morthis?
-Ben, você não pertence  à aldeia. Você tem o mesmo  olhar de seu pai, você anceia por algo maior, por conhecimento  que nem eu nem ninguém da aldeia jamais pôs as mãos. Há grandes aventuras lá fora  e lugares desconhecidos esperando para serem desbravados por  jovens como você,jovens como Lone,como Irvin. Suas habilidades não se limitam a piadas, caçadas  ou  trocas mercantes, isso é está tão claro quanto as  águas de Davenos.
- Mas, Senhor,  eu gosto da vila, aqui é o meu lar  e... Senhor, quero me casar com Dianne!  eu  a amo desde sempre  e quero toma-la como minha esposa. Quero continuar  com  a fazenda, cuidar de meu avô e  manter a tradição de nossa família.
O Velho me olhava com uma expressão  de dúvida, não sabia o que ele estava pensando, nem onde queria chegar com toda essa conversa, não era nenhum aventureiro, nem um bom guerreiro e muito menos acreditava que algum dia  manejaria uma espada tão bem quando  Lone fazia.
Arbenor  levantou-se indo  até  o  seu pequeno baú que havia perto de seu roupeiro, abriu o baú, e de lá  tirou uma pequena bolsa. O Velho veio em minha direção chacoalhando a bolsa, eu ouvia o som de moedas  a cada balancear, mas , não sabia  para que elas ajudariam nessa conversa.
-Ben...- exclamou Arbenor -  aqui tem ouro que creio ser suficiente para um momento de necessidade. Pegue-o e guarde no bolso de sua túnica, deixe a túnica perto de sua cama sempre antes de dormir.
- Mas senhor?...
-Não me pergunte nada,ninguém há de saber o que acontecerá nos dias que virão  , voçê pode precisar desse ouro.  Agora lembre-se, você  merece algo maior, há muito além da  província de Davenos do que imagina,  e  nunca saberá se não desbravar o desconhecido. Agora  volte para sua cabana, você precisa consertar seu telhado amanhã cedo, afinal se quer casar-se com  Dianne precisa de um lar que não deixe chover em suas cabeças.
Eu peguei a bolsa de moedas, enfiei no bolso mais fundo de minha túnica  e fui para minha cabana.
No caminho  refletia sobre as palavras do Velho, tentava entender toda aquela história de aventuras  e de que eu não pertencia a aldeia, oras, o que diabos  o Velho tinha na cabeça? Talvez  realmente isso seja culpa de sua velhice, o velho provavelmente estava ficando maluco. Tudo  que queria  naquele momento era deitar em minha cama   e descansar  da viagem. Amanhã seria outro dia.

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